sábado, 19 de julho de 2014

Como transformar sua caixa d'água numa pequena hidrelétrica

Créditos: Divulgação
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O fornecimento regular de energia elétrica em cidadezinhas afastadas dos grandes centros urbanos é um grande desafio para o desenvolvimento econômico. Além do alto custo de manutenção da rede elétrica, em locais como esses, é comum que fortes chuvas ou mesmo desastres ambientais provoquem apagões e deixem a população sem eletricidade. 

Pensando numa solução para o problema, o casal de empreendedores Mauro Serra e Jorgea Marangon vem desenvolvendo um sistema extremamente simples e não poluente como alternativa para complementar ao uso da energia elétrica sem nenhum custo adicional aos moradores: a Unidade Geradora de Energia Sustentável (UGES), uma espécie de miniusina hidrelétrica que transforma o abastecimento de água utilizado nas caixas dágua em energia elétrica. O produto conta com recursos do edital Apoio a Modelos de Inovação Tecnológica e Social, da Faperj e foi patenteado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).

"A UGES transforma a passagem da água que abastece os reservatórios em um sistema gerador de energia. Vale destacar que o consumo diário de água no país é em média de 250 litros diários por pessoa, consumo que é totalmente desperdiçado como forma de energia. Ao desenvolver um sistema que reaproveita essa energia, podemos gerar eletricidade, sem emissão de gases e totalmente limpa", explica Mauro Serra.

Com pequenas dimensões, a unidade geradora é acoplada à entrada de água da caixa e conectada, por fios elétricos, a uma unidade móvel de tamanho aproximado a um pequeno container -- que pode ter rodinhas e ser móvel. Composta por várias partes, desde a válvula que regula a entrada de água, uma válvula pressurizadora para gerar pressão na saída para a caixa, fiação, unidade acumuladora móvel, composta de diversos aparelhos de recarga, inversor de energia, tomadas de saída para transformar a energia gerada em eletricidade, com espaço para duas baterias grandes, essa miniusina é autossustentável. Isso significa que o sistema só precisa de água circulando para gerar, armazenar e distribuir energia.

"Ao entrar pela tubulação para abastecer a caixa, a água que vem da rua é pressurizada pelo sistema gerador de energia, passando pela miniusina fixada e angulada na saída de água do reservatório. Girando com pressão mínima de 3 a 5 bar, ela gera nova energia, que, por sua vez, será levada, pelos fios elétricos, ao sistema que transformará a energia de 12 V em 110/220 V e a acumulará para abastecer o local. A energia elétrica gerada tem capacidade para abastecer lâmpadas de iluminação, geladeira, rádio, computador, ventilador e outros aparelhos domésticos", explica Mauro Serra.
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"O sistema é simples: abastece de água a caixa, gera e acumula energia, abastecendo eletricidade para fazer funcionar eletrodomésticos da casa. Tudo vai funcionar de acordo com o consumo de água local. Ou seja, consumiu água, gerou energia", completa a engenheira Jorgea. Ela afirma ainda que, caso não haja demanda de energia, a eletricidade que sobra é exportada para um banco de baterias -- necessárias para garantir que a energia gerada pelo sistema seja armazenada. Ali, ela fica armazenada para eventuais necessidades. Equipamentos de alto consumo de energia, no entanto, como secadores de cabelo, ar-condicionado, chuveiros elétricos, ferros de passar roupa e fornos micro-ondas, não devem ser ligados ao equipamento", explica o empreendedor.

Os empreendedores destacam também que a unidade geradora deve ser compatível com o volume do reservatório de água local. "Em um lugar público, por exemplo, onde a quantidade de água consumida é maior, tem-se uma caixa d'água maior. Logo, a UGES deverá ter suas dimensões calculadas para esse consumo e, assim, gerar energia compatível. Se ela for instalada em um sistema de abastecimento de água municipal, poderá, por exemplo, ser dimensionada para gerar energia suficiente para abastecer a iluminação pública. Imagine então esse benefício em certos locais, como restaurantes, lavanderias, ou mesmo indústrias, onde o consumo de água é grande. Com o nosso sistema, esse gasto de água pode se tornar de vilão a um grande benefício para a geração de energia", afirmam entusiasmados Mauro e Jorgea.

O casal ainda chama a atenção para o fato de que além de poder ser empregada por municípios, o projeto pode ser disseminado de modo a minimizar o efeito de catástrofes ambientais que provocam falhas de transmissão e falta de energia elétrica. "Já que é independente da energia fornecida pelas distribuidoras, o sistema pode atender a cada residência. Ou seja, cada casa poderá gerar energia independente", destaca Serra. 

E ainda chama atenção para a eficiência e o custo-benefício da UGES, que é capaz de superar em muitas outras fontes de energia alternativa e não poluentes, como a solar e a eólica, pelo fato de gerar eletricidade de modo constante. "Sua instalação é adequada a qualquer lugar, a geração de energia é maior, não depende do sol nem ventos, é de pequeno porte e atende a qualquer tipo de consumo de água, seja para apenas um único morador, seja para um município", conclui Jorgea.

FONTE: Faperj

terça-feira, 8 de julho de 2014

Compostagem doméstica começa a virar política pública em São Paulo


http://revistagalileu.globo.com









































Três caixas de plástico com alguns furos, terra, minhocas e folhas secas: é tudo o que alguém precisa para reduzir pela metade sua produção de lixo. O sistema é chamado de composteira doméstica, e permite que uma família transforme, na própria casa, seus resíduos orgânicos em adubo e fertilizante para as plantas. “É uma porta para entender como a sustentabilidade funciona na prática, o sistema reproduz o chão de uma floresta”, diz Antonio Storel, coordenador de programas de resíduos orgânicos da prefeitura de São Paulo.
O projeto “Composta São Paulo” foi pensado para ser um grande laboratório, um experimento que envolverá duas mil pessoas na cidade. Será avaliada, na prática, a viabilidade de uma expansão do programa a ponto de tornar a compostagem doméstica uma política pública. “Talvez lá para 2016 tenhamos condições de lançar um programa municipal permanente, que faça parte da política de resíduos sólidos”, aponta Storel.
"Talvez em 2016 tenhamos condições de lançar um programa municipal permanente"
Antonio Storel, coordenador de resíduos orgânicos
A iniciativa foi inteiramente financiada pelas concessionárias de coleta de lixo Loga e Eco Urbis, que são obrigadas a destinar parte da verba do contrato com a prefeitura para ações que promovam a educação ambiental e pesquisa. A coleta de informações é o principal objetivo do programa, justamente para prover o poder público com o máximo possível de dados para a elaboração de uma política mais abrangente sobre o tema.
Para garantir que a amostragem seja a mais diversa possível, a Morada da Floresta, ONG em prol da sustentabilidade responsável pelo projeto, vai escolher os voluntários através de duas frentes: tanto por meio de convites direcionados, quanto por inscrições de interessados no site do Composta São Paulo. “A ideia é atingir diferentes localidades, perfis socioeconômicos, graus de escolaridade e profissões, além daqueles que já têm contato com o movimento socioambiental e também os que não têm”, explica Cláudio Spínola, idealizador da organização não-governamental.
Cláudio Spínola, coordenador do Composta São Paulo e da Morada da Floresta (Foto: André Jorge de Oliveira/Ed. Globo)

Os escolhidos deverão se comprometer a responder três questionários sobre hábitos da família e a relação com a composteira, bem como se ela proporcionou mudanças na rotina da casa. Além das pesquisas, é necessário também participar de três oficinas, e devolver a composteira em caso de desistência.
Estima-se que, ao final dos cinco meses de projeto, as duas mil residências contempladas terão compostado cerca de 300 toneladas de resíduo orgânico, poupando os aterros da cidade. Lá, as sobras de alimento produzem um acentuado dano ambiental – o chorume resultante da decomposição se mistura com outras substâncias tóxicas, gerando um material altamente poluente. “Quanto mais a cidade faz compostagem em larga escala, produz adubo suficiente para estimular a prática da alimentação orgânica”, ressalta Spínola, que destaca também o ciclo virtuoso do processo, que acaba refletindo na saúde da população.
Com políticas eficientes de compostagem e reciclagem, é possível reduzir em 75% a quantidade de lixo produzida
A medida é uma das ações para enquadrar São Paulo no Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que obriga, já a partir de agosto, as prefeituras a destinarem aos aterros apenas os rejeitos – resíduos que ainda não temos tecnologia para tratar, como fraudas, papéis higiênicos e absorventes usados.  Segundo Antonio Storel, com políticas eficientes de compostagem e reciclagem de resíduos sólidos, é possível reduzir em 75% a quantidade de lixo mandada para os aterros sanitários.
De acordo com o coordenador, a perspectiva para a compostagem doméstica é boa: o dinheiro que se economiza com o processo é suficiente para pagar as composteiras e os custos de manutenção para qualquer cidadão que tenha interesse em compostar. “Se o saldo para a economia fica zero, para o ambiente fica muito positivo”, diz. Para ele, estamos vivenciando um período de mudança de paradigma. “As pessoas querem se sentir parte da solução, estamos vivendo o pós-junho, onde as pessoas querem não apenas um serviço de alta qualidade, mas também querem participar”.
Na loja virtual da Morada da Floresta, é possível comprar composteiras domésticas. Confira um vídeo de Cláudio Spínola explicando melhor seu funcionamento:

sexta-feira, 4 de julho de 2014

FIES para pós-graduação liberado pelo MEC


A portaria que estende o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) a cursos de mestrado, mestrado profissional, doutorado e educação profissional técnica de nível médio foi publicada na edição de ontem (02/07/14) do Diário Oficial da União (DOU) - clique aqui para acessar. Antes, o financiamento era direcionado apenas à graduação.


A medida foi anunciada no dia 1º de julho pelo ministro da Educação, Henrique Paim. Ele informou que a demanda principal vem de alunos de curso de mestrado. A adesão ao sistema será aberta primeiro para as instituições privadas e, depois, para os estudantes. Em seguida, a inscrição manterá fluxo contínuo. Para participar do Fies, a instituição precisa ter cursos bem avaliados pelo MEC.



Fies da pós-graduação não atenderá a cursos de especialização, os chamados lato sensu, nem cursos de ensino a distância. Alunos já contemplados com bolsas de estudo pelo Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares (Prosup) também não poderão solicitar o financiamento.



FONTE


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